Estou sem inspiração para escrever. Acontece-me muito. Mas hoje não procurei imagens divertidas, nem desejos de bom fim-de-semana. Procurei um génio inspirado, que não precisa de imagens para comunicar. Só de palavras, só de uma sílaba...
A Sílaba
Toda a manhã procurei uma sílaba.
É pouca coisa, é certo: uma vogal,
uma consoante, quase nada.
Mas faz-me falta. Só eu sei
a falta que me faz.
Por isso a procurava com obstinação.
Só ela me podia defender
do frio de janeiro, da estiagem
do verão. Uma sílaba.
Uma única sílaba.
A salvação.
Eugénio de Andrade
De qualquer maneira, bom fim-de-semana!
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