Terminei. Já está ao lado do Equador, a compor a minha modesta biblioteca. Li este romance avidamente, como é aliás meu costume sempre que gosto de um livro. No fim, lamentei que tivesse terminado tão depressa. Foi com imenso prazer que me envolvi no ambiente da herdade de Valmonte, em Estremoz, em cenas gastronómicas de fazer crescer água na boca, em descrições da vida rural, que tanto aprecio e em episódios de caça que me são tão familiares. A vida amorosa das personagens apimenta deliciosamente a história e o contexto histórico é por demais interessante. Aliás, aprendi imenso sobre a nossa história, e, no fim da obra, podemos ver a imensa bibliografia consultada - as cenas que descrevem o provincianismo de Salazar são quase hilariantes, de tão absurdo que o próprio era...
Enfim, um livro imperdível!
- "Sevilha, 1915 - Vale do Paraíba, 1945: trinta anos da história do século XX correm ao longo das páginas deste romance, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil. Através da saga dos Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos, somos transportados para os anos tumultuosos da primeira metade de um século marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz à liberdade parece demasiado estreito e o preço a pagar demasiado alto. Entre o amor comum à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo e desconhecido, entre os amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam, dois irmãos seguem percursos diferentes, cada um deles buscando à sua maneira o lugar da coerência e da felicidade. Rio das Flores resulta de um minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica, que serve de pano de fundo a um enredo de amores, paixões, apego à terra e às suas tradições e, simultaneamente, à vontade de mudar a ordem estabelecida das coisas. Três gerações sucedem-se na mesma casa de família, tentando manter imutável o que a terra uniu, no meio da turbulência causada por décadas de paixões e ódios como o mundo nunca havia visto. No final sobrevivem os que não se desviaram do seu caminho."
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